Comunidade do Caípe inaugura Banco Comunitário Ouro Negro

A partir da perspectiva de fortalecimento das comunidades franciscanas, nasceu no Caípe o Banco Comunitário Ouro Negro. A inauguração da unidade se deu no último dia 17 de janeiro com a presença de autoridades políticas e acadêmicas, além da população local.

O processo de escolha da localidade de Caípe se deu pelo fato de aqui ser um ponto estratégico do município e para isso passamos pela fase de conhecimento da comunidade e suas lideranças, depois a fundação da ADESCOM, realizamos formações, definimos a estrutura, a marca, formamos o conselho gestor, captamos recursos com o governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária, enfim, foi um processo longo, desde 2013, mas hoje estamos aqui porque acreditamos que é possível fazer uma economia solidária”, definiu Patrícia Saldeado, que é coordenadora do projeto do Banco Comunitário.

O professor Genalto Carvalho de França Filho, da Escola de Administração da UFBA, destacou que essa experiência de São Francisco do Conde marca o protagonismo local na busca de solução de problemas da comunidade. “É mais uma iniciativa de auto-organização de uma comunidade que busca ter o protagonismo sobre a gestão de certo número de demandas que ela própria tem, especialmente relacionadas à necessidade de gerar trabalho, renda, desenvolver atividades, dinamizar a organização social, cultural, política e a própria condição sociopolítica. É uma iniciativa de local de gerar serviços, finanças solidárias, microcrédito popular, e outras iniciativas que permitam que a população acesse serviços que ela tem dificuldade de acessar nos formatos convencionais”, disse Genalto.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Social e Esportes, Aloísio Oliveira, o banco comunitário tem papel inclusivo. “Através desse banco vamos transformar de maneira consciente e não competitiva a comunidade local. Esse é um instrumento social capaz de mudar vidas”.

A moeda social Manguezal tem valor equivalente ao real com a diferença cultural, pois o manguezal conta a história do município: 0,50 manguezal traz ilustrações dos canaviais franciscanos, 1 manguezal mostra o chafariz do Caípe, quando a comunidade ainda não tinha acesso à água encanada; 2 manguezais exibe riquezas naturais como o cacau, a banana e o dendê; 5 manguezais manifesta o samba de roda do Recôncavo enquanto 10 manguezais é ilustrado por pescadores e marisqueiras. A Política de Crédito do Manguezal estabelece que na Linha Consumo, o valor máximo é de R$ 300 enquanto que na Linha de Produção/Serviço esse valor passa para R$ 400. Os valores podem ser parcelados em até 5 vezes e os juros são bem abaixo do aplicado pelo mercado financeiro, que é de 2% e 3%, respectivamente. Para ter direito a concessão de crédito é preciso ter 18 anos ou mais, apresentar RG, CPF, comprovante de residência com mínimo de 3 anos de moradia comprovados, além de ser uma pessoa idônea.

Participaram do evento, além das pessoas já citadas, a Sra. Lilia – Banco Comunitário de Abrantes, Jorlane Cabral – Banco Comunitário do Quilombo de Iguape, o superintendente da Secretaria de Governo, Eliezer de Santana, o qual esteve representando o prefeito Evandro Almeida e o vice-prefeito e secretário de Governo Carlos Alberto Bispo Cruz (Nem do Caípe). Confira quem são os membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e Membros da Assembleia do Banco Comunitário do Caípe: Ian Requião Castro – Presidente da Assembleia; Patrícia Saldeado – Secretaria da Assembleia; Marise Vieira Gomes – Conselheira Administrativa (eleita); Vera Lúcia Silva dos Santos – Suplente da Conselheira Administrativa (eleita); Hernandes Lopes Almeida – Conselheiro Financeiro (eleito); Renata Michele Gomes da Silva – Suplente do Conselheiro Financeiro (eleita); Eliene Ramos Bispo – Conselheira de Comunicação Social (eleita); Lilian Fonseca de França – Conselheira de Cultura (eleita); Antônio Carlos de Amorim Santos – Conselheiro de Esporte; Evilásio Vieira da Silva – Conselheiro de Meio Ambiente (eleito); Ana Lúcia de Jesus Bispo – Conselheira de Direitos Humanos (eleita); Patrícia Conceição da Silva – Conselho Fiscal (eleita); Edite Ferreira Pinto – Suplente Conselho Fiscal (eleita); Altamirando de Amorim – Conselho Fiscal; Regina Dantas Santos – Suplente do Conselho Fiscal; Luciana Maria de Jesus Bispo – Conselho Fiscal; Maria dos Anjos da Silva – Suplente do Conselho Fiscal; e, Valdimiro de Luz Nascimento, Amanda Pereira, Damião J. dos Santos, Luiz Antonio das Dores e Aloísio Oliveira de Souza – esses últimos Membros da Assembleia.

Saiba mais sobre o Banco Comunitário Ouro Negro

O banco é um convênio entre a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão Territorial da Universidade Federal da Bahia (ITES/EAUFBA), a Associação de Desenvolvimento Comunitário de São Francisco do Conde (ADESCOM) e a Prefeitura de São Francisco do Conde, através da antiga Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), por meio do convênio nº 001/2014. A Incubadora ITES tem desenvolvido desde 2005 o trabalho de assessoria a gestão de empreendimentos de economia solidária, apoio e incubação de bancos comunitários de desenvolvimento e fortalecimento de redes locais de economia solidária. ADESCOM foi fundada em 2014 e é a atual gestora legal do Banco Comunitário Ouro Negro. A associação é formada por diversas lideranças de São Francisco do Conde e tem atuado em prol do banco, bem como pretende engajar-se com diversos projetos de apoio comunitário.

O banco comunitário tem como objetivo o desenvolvimento local do bairro do Caípe, com o aumento da renda dos comerciantes e desconto para moradores. A instituição é organizada pela população para promover desenvolvimento local, através da liberação de microcrédito popular e solidário, circulação de moeda social, pagamento de contas e outros serviços. Mais de 100 comunidades do país formam a Rede Brasileira de Bancos Comunitários.

A moeda social do Banco Comunitário Ouro Negro é o Manguezal. Essa moeda pode ser usada em mercadinhos, lojas de material de construção, transporte, farmácias e outros estabelecimentos da comunidade. O valor da moeda social é igual ao valor do real. Ela garante que os produtos e serviços sejam consumidos dentro da própria comunidade, beneficiando os moradores e promovendo trabalho e renda. O crédito será liberado apenas para moradores de Caípe e comerciantes locais.

O banco está localizado na Avenida Beira Mar, ao lado da Oficina Parreco. Para mais informações entrar em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esportes (SEDESE), antiga SEDES, através do telefone (71) 3651-4731.

 

 

 

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