Samba chula de São Francisco do Conde será homenageado em reportagem especial da Rede Globo

 

sambachulaNo último dia 28 de outubro, a equipe da Rede Bahia, comandada pela jornalista Patrícia Nobre, esteve no município de São Francisco do Conde registrando o samba chula local. A gravação faz parte de uma série de reportagens especiais sobre o samba – o qual completa cem anos em 2016 – que vai ao ar no início deste mês de novembro, no Jornal da Globo, que passa no final da noite na emissora. A previsão é dia 04 de novembro.

A escolha do grupo Samba Chula Filhos da Pitangueira se deu a partir de uma conversa com a professora Catarina, que nos contou sobre os grupos locais e indicou este grupo específico, devido à tradição que continua sendo mantida e as características originais, as quais influenciaram o samba da atualidade”, destacou a jornalista acompanhada dos demais profissionais: German Maldonado, Lino Fernandes e Carlos Roberto Jesus.

Entre uma apresentação e outra foram entrevistados personagens importantes do samba local, como Zeca Afonso e o Mestre Violeiro Milton Primo.

 

AS CHULAS são miniaturas poéticas que tratam dos assuntos da vida, contando pequenas histórias, relatando conflitos e as complicações da paixão, retratando aspectos do cotidiano e dando conselhos, alertas e “sotaques” para quem precisa ouvir. Os grandes temas cantados são ligados ao universo amoroso, ressaltando a visão do homem sobre a mulher, assim como sobre o próprio samba; os acontecimentos na roda; e o papel da viola, por estabelecer uma ligação forte entre os homens tocando e as mulheres sambando. Muitas chulas retratam a vida do trabalho na roça, no canavial, no mar e no mangue, às vezes com uma conotação do sofrimento, do “penar” que remete aos tempos da escravatura. Em contraste com o lado pesado da vida, estão as chulas lúdicas e eróticas, contando piadas e conselhos irônicos, pequenas parábolas, satirizando situações sensuais e tragicômicas da vida. Outro aspecto é a vida religiosa que se revela nas chulas que cantam os santos católicos e mais os orixás e os caboclos nas religiões afro-brasileiras, muitas vezes falando em metáforas.

Skip to content