Saúde está capacitando profissionais para o diagnóstico e tratamento da Anemia Falciforme

palestra doença falciforme

A Secretaria Municipal da Saúde – SESAU está promovendo nos dias 10 e 11 de janeiro uma capacitação sobre Anemia Falciforme para médicos, dentistas, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos, além de nutricionistas, entre outros profissionais da assistência. Ao todo, mais de 100 profissionais participaram do evento realizado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em São Francisco do Conde.

Para garantir a participação de  todos os profissionais, o evento foi dividido em dois dias. Os trabalhos começaram com uma mesa de abertura, que contou com as participações das secretárias Telma Silva (da Saúde) e Silmar Carmo (de Planejamento). Além delas, estavam na mesa Gildásio Cerqueira Daltro – do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, Tiago Novais – do Programa de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, Cândida Queiroz – da Coordenação de Atenção e Promoção à Saúde, e Altair Lira  – da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Anemia Falciforme (Fenafal).

Essa equipe à frente da capacitação é maravilhosa. No ano passado tivemos uma audiência pública sobre o tema, para mostrar à população o que é a doença, e agora estamos capacitando os nossos profissionais para receber esses pacientes, desde a porta de entrada dos serviços de saúde, que é o Programa de Saúde da Família (PSF)”, esclareceu a secretária, Telma Silva.

A palestrante Cândida Queiroz explica que hoje o tratamento das pessoas com diagnóstico de Doença Falciforme é feito nos Hemocentros, porém esses pacientes precisam ser acolhidos e tratados em qualquer outra unidade de saúde. “As pessoas com a doença falciforme também precisam de assistência em saúde bucal, ginecologia, cardiologia e, principalmente, na atenção básica, que são os PSFs. Hoje, o Ministério da Saúde já disponibiliza vários protocolos de atendimentos para esses pacientes e eles precisam ser acolhidos em todos os setores da saúde e do social”, enfatizou. Ainda segundo Queiroz, quando não é feito o diagnóstico correto da doença e não há tratamento, cerca de 80% das crianças com a doença morrem com menos de cinco anos. Com o tratamento, a estimativa de vida cresce muito e o número de óbitos cai para 1,8% .

Na palestra de Tiago Novais, o dentista frisou a importância da humanização do tratamento: “Precisamos tirar o foco da doença e passar a focar nossa atenção nas pessoas e suas histórias”. Já Altair Lira, afirmou que questões como o racismo, machismo e sexismo também precisam ser discutidas na âmbito da saúde. Ele falou ainda da ideia de “combate a doença”, ele afirmou que o termo é de extremo preconceito, pois o “combate” consistiria em evitar que pessoas portadoras da doença ou com pré-disposição genética (Traço Falciforme) tivessem filhos. “Como se combate uma doença genética, que já nasce com a pessoas?”, questionou o palestrante. Ele também enfatizou as questões sociais que envolvem a vida do doente: “saúde não é só não ter doenças é ter acesso aos serviços e condições financeiras para pagar um transporte que lhe leva ao médico. Se a pessoa não tem isso, ela não tem saúde”, afirmou.

No período da tarde, palestraram Gildásio de Cerqueira Daltro – Professor do Edgard Santos, Fernando Araújo – oncologista da UFBA e Valber Meneses – pesquisador nas áreas de terapia celular em doença falciforme e bioengenharia tecidual na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

 

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