Escuta pública de construção coletiva quer tornar turismo sustentável

Um celeiro de discussões e proposições em busca do fortalecimento da rede de turismo da Baía de Todos-os-Santos. Essa foi, de cara, a impressão daqueles que adentravam à sala do Pré-ENEM, nesta quinta-feira (21), para participar da II Oficina do Projeto de Construção Coletiva da Rede de Turismo Náutico e Cultural da Baía de Todos-os-Santos, no âmbito do PRODETUR Nacional – Bahia. 
Esta é a continuidade da primeira oficina que realizamos individualmente com os municípios, mas é interessante pontuarmos que esta construção não vem de agora, esse é um processo que já dura 10 anos, é lento e que vem das bases, mas a ideia é que seja de baixo pra cima mesmo“, relatou Rodrigo Lyra, representante da Rede BTS. Durante suas explanações, ele chamou a atenção dos participantes para o domínio dos conteúdos: “estamos num novo patamar e tem conteúdos aqui que estamos tendo o primeiro contato, não dá pra crescer sem dominar eles. Só somos trade a partir do momento que estamos qualificados“.
De acordo com os organizadores, um site com recursos dinâmicos está sendo montado para melhor compreensão dos conteúdos, os quais serão disponibilizados online integralmente.
A criação das redes de turismo exige dedicação e sacrifícios“, avaliou Sandro Billi, coordenador do Projeto RBTS, “por isso, a capacitação é fundamental. Temos de nos debruçar sobre os problemas que temos para trabalhar em cima deles e dar sustentabilidade a esse setor“. E por tais motivos, que tanto exigem dedicação, membros que estão em processo de qualificação se manifestaram, solicitando que a PRODETUR fizesse um chamamento aos prefeitos dos municípios para eles assumirem o compromisso de tornar o turismo sustentável, pois, para muitos, isso só é possível quando há vontade política.
Nós não estamos aqui perdendo tempo, nós estamos aqui investindo tempo porque acreditamos num dia melhor. Pra mim, retornar pra minha cidade, depois de ter caminhado cinco anos com a SETUR e Bahiatursa por essa Bahia, o compromisso é enorme. Ontem nós tínhamos o petróleo, hoje só temos os nossos recursos naturais, culturais e históricos. Caiu por terra a ideia de São Francisco do Conde riquíssima“, disse a franciscana e secretária de Turismo da cidade, Ússula Flávia. A gestora falou ainda que já alertou que “se o poder público não colocar o turismo como uma prioridade de gestão não tem atividade política que se consolide. A cidade para ser boa pra quem chega tem que ser boa para quem vive. E os demais municípios também têm de estar bem para juntos fortalecermos o turismo da região“. A gestora ainda desabafou que ser secretária de Turismo exige o que ela chamou de “força”: “as pessoas acham que a gente só sabe fazer festa, mas nosso trabalho vai muito além disso. Aliás, a gente sabe fazer festa sim, mas como vetor de desenvolvimento. Aproveito a oportunidade para deixar um abraço fraterno do prefeito Evandro Almeida, que, mesmo com toda dificuldade, tem buscado fazer a diferença. De uma coisa temos certeza, somos guerreiro e vamos continuar na luta“.
Ao longo do capacitação, grupos de trabalho foram formados para discussão e elaboração do documento que será levado a outras instâncias. O documento de São Francisco do Conde vai se somar aos de Cachoeira e Itaparica. “Temos que ter esse documento para basear nossa fala. O cenário não vai mudar se a gente não se organizar“, reforçou Lyra. Os grupos estiveram segmentados pela rede de religiosos, dos artesãos, de pescadores e marisqueiras, náutico, gestores, pousadas e restaurantes, manifestações culturais e empreendedorismo no turismo.
Mais de 80 pessoas estiverem presentes, entre os quais, além dos supracitados, o Prof. Horácio (UFBA), representando a Rede BTS, Moyses Cafezeiro – Câmara de Turismo da Baía de Todos-os-Santos e Emília Couto – SETUR/BA.

Fotos: Silvana

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