Afroempreendedores participaram de um curso promovido pela SEDES, SEDEC, SEPROMI e SEBRAE no município
04/09/2015 Desenvolvimento Econômico , Desenvolvimento Social , Notícias , Sem categoriaAfroempreendedores de São Francisco do Conde se reuniram no CEJAL (Complexo Escolar Julieta Ribeiro Porciúncula, Arlete Magalhães e Lícia Maria Pinho), dia 03 de setembro, quinta-feira, para participar, discutir, aprender e interagir através do curso de Capacitação e Formação dos Afroempreendedores, realizado pela Prefeitura de São Francisco do Conde em parceria com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial – SEPROMI e o SEBRAE.
A realização da ação foi da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social – SEDES, por meio do Departamento de Promoção da Igualdade Racial – DEPIR, e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico – SEDEC. O projeto abrange também os que estão cadastrados no $Fcard, o novo cartão do servidor de São Francisco do Conde.
“A Prefeitura está investindo no $Fcard, acreditando no empreendedorismo e na nossa capacidade de movimentar recursos dentro do município. Já foi comprovado em pesquisa que temos na cidade alguns itens mais baratos do que nas cidades vizinhas, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico”, declarou Domingos Ferreira, do Departamento de Promoção da Igualdade Racial.
“O cartão do servidor está entre as ações do Projeto TranSFormar e esta é um iniciativa dinâmica e sofisticada que veio pra corrigir as falhas dos antigos cartões que já tivemos na cidade”, explicou Samuel Azevedo, do DEPIR.
No encontro, a equipe da SEPROMI (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado) ofereceu assessoria técnica para os empreendedores, visando estimular e ajudar a empreender. A maioria do público foi formado por mulheres como identificou Ana Bispo, também do DEPIR. “Nós somos a maioria, pois as mulheres estão procurando empreender. A história do empreendedorismo no nosso país começou com as quituteiras negras que iam pra rua vender suas delícias para sustentar suas famílias e comprar suas cartas de alforria”, frisou.
Durante a oficina preliminar, os participantes receberam orientações sobre como fazer um plano de negócios, que identifica as características, viabilidade e estratégias de competitividade de produtos e serviços, dentre outras informações. Mais orientações serão dadas online através do Instituto Adolfo Bauer
Para Cristiano Lima, do grupo Juventude Viva, a iniciativa destinada a municípios baianos que possuem maiores índices de vulnerabilidade da população jovem, deve perpassar pela construção de uma rede nacional para que os afroempreendedores possam se identificar e aumentar sua participação no mercado. “Assim vamos ter a capacidade de disputar com os grandes”, falou Lima. Um encontro em São Paulo, no mês de novembro, vai reunir cerca de 1.200 afroempreeendedores do Brasil.
Quem também participou e deu orientações de como adquirir CNPJ e ter acesso as consultorias dadas pelo município foi o representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SEDEC, Josemar Gualberto (Dadai).
Segundo Edson Costa, coordenador do Emunde (Encontro Mundial de Étnico Empreendedorismo), “as mulheres são de extrema importância na história do empreendedorismo. Maria do Benzê, em São Francisco do Conde, foi um exemplo. As baianas de acarajé, Patrimônio Imaterial da Bahia, são as primeiras mulheres negras a empreender em terras brasileiras e são símbolo do Brasil no mundo. Este negócio chamado Brasil está vindo para nossas mãos”, destacou.
Por fim, Elísia Santos falou da lei 13.208 de 2014, de fomento ao empreendedorismo de negros e mulheres. “Precisamos discutir porque pagamos R$ 50 em uma pizza sem reclamar, mas não valorizamos a comida feita por uma quituteira do nosso bairro“, provocou Elísia.
O Projeto Brasil Afroempreendedor é uma iniciativa para promover o desenvolvimento social e econômico do Brasil, junto a microempresas e empreendedores individuais. A partir daí, será criada a Rede Nacional de Micro e Pequenos Empresários e Empreendedores Individuais Afro-Brasileiros, focada na troca de experiências, intercâmbios e desenvolvimento de negócios solidários para o fortalecimento econômico deste segmento. Os projetos selecionados terão acompanhamento específico do SEBRAE e da equipe do projeto, com ações de formação e de capacitação e recursos.
O Projeto pretende fornecer as bases para a construção de uma Política Nacional de Fortalecimento do Empreendedorismo Afro-Brasileiro, estruturando propostas de Programas de Apoio aos Empreendedores Afro-Brasileiros.