Estudantes da Frei Eliseu Eismann conhecem outras matemáticas, durante a Semana Universitária da UNILAB

Na última quinta-feira (18), um grupo de estudantes da escola Frei Eliseu Eismann participou da oficina Etnomatemática e jogos africanos, afrobrasileiros e indígenas, durante a Semana Universitária da UNILAB, que aconteceu entre os dias 16 e 19 de outubro. A atividade possibilitou aos alunos conhecer formas lúdicas de aprender Matemática e os aproximou do contexto universitário.

Uma das missões da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB é a interiorização e a integração. “Mostrar às crianças de São Francisco do Conde que elas precisam crescer com a perspectiva de estudar na UNILAB, dando continuidade aos estudos que fizeram em escola pública, é de extrema importância para nós que somos professoras (es) da universidade. Estamos nos cursos de Educação, na perspectiva de uma educação mais equânime, portanto, a possibilidade dos alunos das escolas municipais verem o que estamos fazendo perfaz o nosso objetivo”, explicou a responsável pela oficina, a ex-professora da rede municipal de ensino e hoje docente do curso de Pedagogia da UNILAB/Campus dos Malês, Eliane Costa Santos.

A professora Eliane é doutora em Educação e coordenadora do GIEPEM – Grupo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Etnomatemática, cuja abordagem aponta na perspectiva da decolonialidade do saber. “As discussões sobre a Etnomatemática chegam ao Brasil na década de 70, por meio do pesquisador Ubiratan D’Ambrósio. Sem negar a matemática eurocêntrica (essa que no geral faz parte do nosso currículo),   mas reafirmando que existem outras TICA (técnicas) de  MATEMA (calcular, problematizar) em outras ETNO (culturas). Portanto, essa Etnomatemática é uma técnica de problematizar com base em outras culturas e não apenas na eurocêntrica”, apontou a professora.

“Nessa oficina tratamos com base em três ETNOS: africana, indígena e a afro-brasileira. A importância de uma Etnomatemática com base nas culturas africana e indígena num curso de Pedagogia é justamente trazer a educação para a relação da identidade”, informou.

De acordo com a gestora da escola Frei Eliseu Eismann, Daniela Bispo, a escola levou, a convite da Secretaria Municipal da Educação (SEDUC), os alunos do 3° ano do vespertino para participarem da oficina de Etmomatemática. “Foi uma aula prática de matemática, onde se conheceu vários jogos de alguns países da África e do Brasil que podem ser usados na sala de aula  para trabalhar as 4 operações matemáticas e o raciocínio lógico”.

Alguns dos jogos apresentados foram os jogos africanos Mancala, Yotê, Shisima; os brasileiros dama, dominó e jogo das três linhas, o conhecido jogo da velha, além do jogo da onça, que é indígena. Para a diretora pedagógica da SEDUC, Cristiana Ferreira, “ao brincar, os alunos se vêm em um espaço que querem ocupar no futuro”.

“É uma questão de lugar de fala nos aproximarmos, ficarmos abertas(os) para aprender, aprender a aprender e apreender a partir do que mais nos identifica. Uma educação matemática que respeita a diversidade é interdisciplinar, não exclui a matemática eurocêntrica (escolar) e dialoga com diversas áreas do conhecimento, pois permite que mais pessoas se sintam refletidas. Tem, inclusive, a ciência de que todas as matemáticas não dão conta de todos os conteúdos”, concluiu a prof. Dra. Eliane Costa Santos.

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