Núcleo Integrado de Cuidados à Criança e à Pessoa com Doença Falciforme promoveu capacitação em Doença Falciforme
29/08/2018 Notícias , SaúdeNa última terça-feira, 28 de agosto, o Núcleo Integrado de Cuidados à Criança e à Pessoa com Doença Falciforme, Rilza Valentim, localizado na Avenida Juvenal Eugênio de Queiroz, promoveu um encontro interno para capacitação sobre Doença Falciforme.
As orientações foram ministradas pela médica hematologista do Núcleo, Maria Cristina Queiroz, tendo como público-alvo os funcionários do Núcleo.
O Núcleo Integrado é destinado a dois públicos distintos, pois presta atendimento ambulatorial às crianças e também aos portadores de Doença Falciforme de todas as idades em um mesmo espaço. Por conta disso, a pediatra da Núcleo, Creuza Bitencourt, também participou do encontro com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre as características da doença falciforme e os direitos das pessoas que são acometidas.
Desde janeiro de 2018, a Prefeitura de São Francisco do Conde entregou a comunidade o Núcleo Integrado de Cuidados à Criança e à Pessoa com Doença Falciforme Rilza Valentim, para melhorar o atendimento às crianças e às pessoas acometidas pela doença falciforme. Com isso, as crianças do município deixaram de ser atendidas no Hospital Docente Assistencial Célia Almeida Lima e passaram a ter um espaço reservado só para elas, com brinquedos e profissionais dedicados.
Os encontros sobre doença falciforme vão ocorrer todas as últimas terças-feiras de cada mês e tratar de temas como: leis e diretrizes, cuidados, matriciamento (O apoio matricial, também chamado de matriciamento, é um modo de realizar a atenção em saúde de forma compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da atenção, por meio do trabalho interdisciplinar) e outros temas.
Doença Falciforme
O nosso sangue é formado por milhões de células vermelhas chamadas hemácias, também conhecidas por glóbulos vermelhos. As hemácias são arredondadas, achatadas e elásticas e possuem um pigmento denominado hemoglobina, que confere a coloração vermelha ao sangue. A hemoglobina é responsável por levar o oxigênio dos pulmões para todo o corpo através da corrente sanguínea, para que todos os órgãos funcionem normalmente.
As hemoglobinopatias são doenças genéticas que afetam a hemoglobina. A doença falciforme é o exemplo mais comum das hemoglobinopatias.
Por uma alteração genética, a pessoa com doença falciforme produz um tipo alterado de hemoglobina, a hemoglobina S (Hb S), no lugar da hemoglobina normal, a hemoglobina A (Hb A), presente nos adultos.
O transporte de oxigênio para todo o corpo, função da hemoglobina, não se dá de forma satisfatória quando o indivíduo tem a doença falciforme. Em determinadas condições, a Hb S faz com que a hemácia deixe de ser flexível e fique mais rígida. Nesses casos, a hemácia passa a ter o formato de meia lua ou foice (daí o nome falciforme).
Ela tende a se ligar aos vasos sanguíneos e também a outras hemácias e ser destruída mais facilmente, o que ocasiona anemia e dificulta a circulação no sangue. É comum que ocorra entupimento dos vasos sanguíneos, o que leva a dores e a outras alterações em praticamente todos os órgãos do corpo.
A forma mais comum e grave da doença falciforme é denominada anemia falciforme e ocorre quando a criança herda o gene para produzir a Hb S do pai e da mãe, resultando na forma Hb SS.
Quando, porém, a criança recebe o gene para a Hb S de apenas um dos pais, e do outro recebe o gene para a Hb A, ela será apenas portadora do traço falciforme (Hb AS). Neste caso, não apresentará a doença falciforme, podendo, no entanto, transmiti-la para os filhos.
Além da Hb S, uma pessoa pode apresentar outras hemoglobinas alteradas, como as hemoglobinas C, D, E e beta talassemia. Todas essas combinações possíveis com a Hb S são exemplos de doença falciforme e apresentam sinais e sintomas semelhantes, sendo tratadas de forma similar.
O exame de triagem neonatal, realizado em todos os recém-nascidos e conhecido como teste do pezinho, é fundamental para o diagnóstico precoce da doença falciforme e outras hemoglobinopatias e para garantir melhor qualidade de vida ao paciente.