Seminário Internacional promoveu diálogo sobre Direitos e Deveres da Juventude Negra e Violência Policial
19/03/2018 Educação , NotíciasA Prefeitura de São Francisco do Conde, através das secretarias municipais de Cultura – SECULT e da Educação – SEDUC, em parceria com a UNILAB e o Coletivo Juventude em Movimento – CJM, realizaram no dia 15 de março, no Centro de Aperfeiçoamento do Saber – CEAS, no bairro do Caípe de Cima, o 1º Seminário Internacional África, Migrações e suas Diásporas: Juventude Africana, Soberania Alimentar, Segurança e Epistemologia Descoloniais. A ação, que faz parte doFórum Social Mundial (FSM), promoveu um diálogo com os estudantes sobre Direitos e Deveres da Juventude Negra e Violência Policial.
Na oportunidade, foi montada uma mesa de abertura com autoridades municipais e representantes de diversos segmentos sociais nacionais e internacionais, como o secretário de Cultura, Osman Ramos; o vereador Luís Alberto Santana Cruz (Luís de Nem); a diretora do Departamento de Juventude (DEJUV), setor ligado à Secretaria de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude (SDHCJ), Jocilene Bandeira; o jovem morador da localidade, Odair Santos; a delegada Patrícia Pinheiro; o consultor da Infância e da Juventude, Adailton Agra, assessor especial da Prefeitura de Lauro de Freitas e Mediador Judicial; a representante do Conselho Geral du Vale de Marne e membro do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos France 2024, Christine Bourdel; o ativista e militante político, educador, diretor do Movimento Cidadão “Émergence” e presidente da Organização Não Governamental “Road Tree’p”, na França, Almamy Kanouté; e, o presidente da Reunion First Àfrica e representante do governo senegalês para Assuntos de Cooperação Técnica, Mamadou Ly.
O secretário de Cultura, Osman Ramos, em seu pronunciamento, agradeceu a presença de todos, ressaltou a importância do seminário para a juventude franciscana e falou sobre os trabalhos que a secretaria vem realizando para oportunizar os jovens. “A SECULT tem trabalhado muito em prol da juventude franciscana, com a realização de diversos projetos voltados para as expressões artísticas e culturais”.
Nessa mesma perspectiva, a diretora do DEJUV, Jocilene Bandeira, enfatizou as ações do departamento e da Secretaria de Direito Humanos, Cidadania e Juventude. “O ano passado foi um momento de construção e, este ano, é o momento da ação. Em abril nos iremos levar diversos projetos voltados para a juventude, sempre procurando planejar e executar ações concretas para todas as juventudes, pois sabemos que existem diversas juventudes, cada uma com sua peculiaridade, de acordo com o seu contexto social. A nossa intenção é dar vez e voz a juventude franciscana, especialmente aos jovens que moram nos bairros mais distantes do Centro da cidade. A SDHCJ está de portas abertas para ouvir, trabalhar juntos e continuar lutando em prol dos direitos da juventude de São Francisco do Conde”.
Na ocasião, o vereador Luís Alberto Santana Cruz (Luís de Nem), enfatizou o papel primordial da educação para a conscientização dos jovens perante os seus direitos e deveres. “É a partir da educação que nós iremos conscientizar e motivar a juventude para conhecer os seus direitos e também deveres”.
A delegada de polícia, Patrícia Pinheiro, no decorrer da sua intervenção no seminário, abordou alguns assuntos ligados à juventude, vivenciados durante a sua carreira como delegada. Na oportunidade, ela falou sobre o tráfico de drogas, principalmente nas regiões periféricas da capital, onde os índices de jovens negros, com baixa escolaridade e moradores da periferia estão mais propícios a influência do tráfico de drogas. “O jovem tem que se impor com educação, com inteligência, com a busca dos seus valores. É esse o diferencial que a gente espera. Chegar até aqui onde eu estou, na qualidade de delegada de polícia, não foi fácil conquistar essa posição, pois tudo é conquistado com muita luta e força de vontade. Onde eu estou qualquer um de vocês pode chegar. É uma obrigação de vocês, como estudantes, formandos do Ensino Médio, e que irão conquistar o Ensino Superior, seguir esse exemplo. É preciso dizer não é recuar para alcançar seus objetivos mais adiante. As nossas conquistas dependem das nossas escolhas. É necessário que vocês conheçam seus direitos e o exerçam de forma democrática”.
Com uma mesa diversificada e representativa, o objetivo do seminário e do FMS foi alcançado através de debates abertos e descentralizados, assim como a formulação de propostas que sirvam de alternativas para o padrão econômico e social mundial, a troca de experiências entre os diversos movimentos sociais e a promoção de uma articulação entre pessoas, movimentos e instituições. Todas as discussões foram mediadas pelo gerente de Relações Institucionais da Secretaria de Cultura, Samuel Azevêdo.