Dia da Abolição será comemorado por terreiros de candomblé

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Os terreiros de candomblé de São Francisco do Conde irão realizar, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura (SECULT), uma comemoração especial em homenagem ao Dia da Abolição da Escravatura, celebrado em 13 de maio. O evento será realizado no Mercado Cultural, a partir das 16h30.

Existem mais de 20 Casas de Religião de Matrizes Africanas no município e todas elas devem enviar representantes para participar do evento. Na ocasião, vai haver diversas apresentações culturais e distribuição da tradicional comida baiana, originalmente africana – o caruru, feito pelos próprios terreiros.

Não são necessários somente documentos assinados ou feriados instituídos pelo governo. É preciso haver reconhecimento e inclusão dos negros como parte fundamental da sociedade”, destaca a secretária da SECULT, Sandra Pitanga.

Como se iniciou a escravidão no Brasil
Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão de obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.

Processo de abolição da escravatura
Os negros, trazidos do continente africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros. Devido às péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.

Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravidão por um longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão pesadas quanto estas. As providências para a libertação dos escravos eram tomadas lentamente.

A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação. Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos.

Finalmente, em 13 de maio de 1888, por meio da Lei Áurea, foi concedida a liberdade total aos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no país.

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