Unilab apresentou o Dia da Mulher Africana com o tema: “A luta pelos direitos é longa e de todas”

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São Francisco do Conde foi palco da luta das mulheres africanas pelos seus direitos durante o Dia da Mulher Africana, celebrado em 31 de julho. No dia 1º de agosto aconteceu uma atividade no auditório da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, com o tema “A Luta pelo Direito é Longa e de Todos”. Na programação houve palestras, exibição de filmes e lanche com poesias que falam sobre mulheres.

As falas da manhã começaram com Locarine Mendes Oncampo, guineense, estudante da UNILAB, do curso de Bacharelado em Humanidades e membro do Coletivo de Mulheres Africanas (CEMA), fundado no dia 30 de março de 2016. “Bem, como todos sabem, ontem, 31 de julho, foi assinalado como Dia das Mulheres Africanas. Para não deixarmos a data passar de uma forma despercebida, entendemos que era melhor comemorar a data desta forma. Quero parabenizar todas as mulheres aqui presentes e, em especial, mulheres africanas, mas, também, sem esquecer os homens que aqui estão juntamente conosco nesta celebração”.

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Ela falou dos motivos que fizeram a escolha do dia 31 de julho em 1962, em Dar-Es Salam, Tanzânia, durante a conferência das mulheres africanas para refletir sobre a condição da mulher na África, durante a qual participaram 14 países. Na conferência também foi criada a Organização Pan-Africana das Mulheres, com foco principal nos assuntos de gênero. Nesse período, a África só tinha um pouco mais de 25 países independentes. A partir disso, mulheres africanas entenderam que era um momento propício para definir uma agenda política para poder ir ao encontro de uma África livre e independente da opressão estrangeira.

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No início do século XX, com o despertar do nacionalismo africano, mulheres africanas se destacaram em todas as formas de lutas. Aliás, foram as mulheres que impulsionaram lutas pelas independências, a exemplo da combatente Carmen Pereira, que foi a primeira mulher que transportou uma pistola oferecida pelo reino de Marrocos à Guiné-Bissau num maço de cigarros.

Estiveram na mesa a estudante Manuela Gomes Pereira, a advogada e doutoranda Flora Telo, além de Locarine Mendes, que juntas destacaram que, apesar de algumas conquistas, mulheres africanas se deparam ainda com problemas como: alta taxa de abandono escolar das meninas, casamento precoce e forçado, gravidez precoce, violência doméstica e mutilação genital feminina. Ainda sim, essas mulheres possuem papel importante na economia familiar, apesar de muitas das vezes serem esquecidas e invisibilizadas pela sociedade.

Os jovens trouxeram dados encorajadores de algumas conquistas nos países parceiros da UNILAB:

 

  • No Poder Legislativo, Moçambique é o primeiro país com 39,6% de mulheres no parlamento e ocupa o 13º lugar no mundo;
  • Angola segue na segunda posição com um aumento de número de mulheres entre 1995 até 2015, passou de 9,5 para 36,8 atualmente, conhecendo um aumento de 27,3 pontos. Hoje, Angola se encontra no 19º lugar no mundo em termos de representação das mulheres no parlamento.
  • Na terceira posição figura Cabo Verde, onde a percentagem de mulheres em 1991 é de 3,8%; 1995 (12,5%); 2001 (11,1%); 2006 (15,3%), 2011 (20,8%) e atualmente 23,6%. Ao nível mundial, Cabo Verde está no lugar de número 71.
  • São Tomé e Príncipe é o quarto país de PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) com 18,2% e no mundo encontra-se no lugar 75º.
  • Guiné-Bissau fecha a lista de PALOP com 13,7% de mulheres no parlamento.
  • O Brasil fecha a tabela com 9,9%, atualmente de mulheres na Câmara dos Deputados e 16% de mulheres no Senado Federal. Apesar de melhorar a sua pontuação, o Brasil ainda ocupa a última posição entre os países lusófonos e está no 154º no mundo.

 

O evento é uma realização do Coletivo de Mulheres Africanas e conta com o apoio da UNILAB e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT).

 

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