Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa é celebrado com respeito e harmonia em São Francisco do Conde

Respeito, paz e harmonia foram os sentimentos que ecoou no plenário da Câmara de Vereadores de São Francisco do Conde, nesta segunda-feira, dia 22 de janeiro. Na oportunidade, foi celebrado o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, baseado na Lei Municipal nº 481/2017, que torna a data 21 de janeiro alusiva ao ato. A lei, de autoria do vereador Mário Nogueira, entrou em vigor a partir da data de publicação no Diário Oficial do Município, em 15 de setembro de 2017.

O evento foi promovido pela Prefeitura de São Francisco do Conde, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude – SDHCJ, e reuniu autoridades políticas, acadêmicas e religiosas para tratar do tema.

A mesa institucional do evento foi formada pelo prefeito de São Francisco do Conde, Evandro Almeida, o deputado federal Jorge Solla, o deputado estadual Rosemberg Pinto, o presidente da Câmara, Venilson Souza Chaves (Cravinho), o secretário municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude – SDHCJ, Márcio Junqueira, a secretária de Turismo – SETUR, Ússula Flávia Pinto, o secretário de Cutura – SECULT, Osman Ramos, o vereador Mário Nogueira e a superintende da Educação, Rahijois Oliveira, representando a Secretaria da Educação – SEDUC.

O prefeito de São Francisco do Conde saudou o público, os líderes religiosos e todas as autoridades presentes no evento, assim como ao secretario da SDHCJ e toda a sua equipe. “Durante o período de campanha, eu estive presente em diversos templos religiosos que fui convidado e sempre dizia que iria unir essa cidade pela fé. Precisamos de fé em nossos corações para acabar com essa violência, com as drogas. Todos unidos com a força de Deus Pai Todo Poderoso, o supremo arquiteto do universo, o pai de todos nós, iremos conseguir! Vamos trabalhar para fazer de São Francisco do Conde uma cidade cada vez melhor”, enfatizou o prefeito Evandro Almeida.

“É importante registrar que o município de São Francisco do Conde toma uma iniciativa importante ao dizer que não basta haver uma lei federal, mas o município também quer ter o protagonismo e quer trabalhar uma iniciativa local que possa inclusive fortalecer as ações em todo Brasil”, discorreu o deputado federal, Jorge Solla.

Para o depuntado estadual Rosemberg Pinto, “ainda é muito forte a intolerância religiosa vinculada ao segmento de matriz africana, é muito forte, principalmente, nas pessoas letradas no Brasil. Isso na minha opinião tem a ver não só com a religiosidade, mas tem a ver com a formação da sociedade brasileira de opressores e oprimidos. Tem a ver com uma formação de exclusão social muito grande durante esses anos de formação da sociedade brasileira. A intolerância ainda é muito forte e precisamos combater isso diariamente e em todo lugar. A religião é uma construção de relação de paz, independentemente da forma como tratamos ela e enxergamos o criador. Citam o criador em vários nomes e precisamos respeitar isso e cultivar em nossas famílias”.

“O município de São Francisco do Conde é plural, com sua representatividade histórica personificada no seu povo, não poderia ficar fora desse contexto nacional. Eu fui o propositor da lei, mas se não fosse da vontade política do prefeito Evandro Almeida, a lei não seria sancionada, por isso, o parabenizo. A sanção da lei traduz o compromisso da gestão Evandro Almeida com o povo de São Francisco do Conde. A fé é única e o respeito tem que mútuo”, enfatizou o vereador e propositor da Lei Municipal do Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, Mário Nogueira.

O presidente da Câmara, Venilson Souza Chaves, falou sobre a importância de discutir temas tão relevantes para a sociedade, “parabenizo o prefeito Evandro Almeida pela sanção da lei e a toda equipe da SDHCJ, pois precisamos discutir temas como esse. Precisamos discutir sobre diversidade religiosa também no âmbito familiar. Acredito que o cidadão como líder religioso tem que acima de tudo pregar o respeito para os seus liderados. As pessoas precisam entender que o mundo religioso não se encerra e nem se inicia em apenas uma religião, mas que todas são importantes e precisam ser respeitadas”, destacou.

Tendo como tema: “O que ainda temos que aprender?”, o evento contou também com uma mesa formada por líderes de diversas religiões, que responderam com muito respeito e sensatez a essa pergunta, como o Diácono José Everaldo Bispo, representando a religião católica; o pastor Josafá de Jesus, representando os evangélicos; Sheikh Ahmad, representando o islamismo; Ricardo José, representando o budismo; representante da Casa de Oração Irmão Francisco de Assis, Lauro Simplício Alves; Auristela Medeiros, representando o Seicho-No-Ie; Sr. Brandão, representando a Igreja Messiânica; o babalorixá Alex, representando o candomblé; Pai Júnior, representando a umbanda e, como mediador da mesa, Anailton Anjos, que é mestre em Desenvolvimento Socialista, pesquisador das questões de gênero e étnicorraciais.

Os líderes religiosos discutiram, informaram e interagiram entre si e com o público presente sobre respeito e união. Todos enfatizaram e disseminaram uma cultura de paz, democracia e direitos humanos.

Também foi pautado e amplamente enfatizado sobre a liberdade religiosa, no que diz respeito ao direito na escolha de determinada convicção ou tradição. A laicidade do Estado também foi mencionada, onde se institui como mecanismo democrático, pressuposto e garantia da liberdade de religião, filosofias, crenças, opiniões e convicções e de que todas as religiões possam conviver em igualdade.

“A gente precisa entender que, estamos aqui para sermos multiplicadores de informação. Nós estamos num processo de se permitir a construir e desconstruir. Um dos nossos grandes líderes negros e de luta, Nelson Mandela, disse que se nós aprendemos a odiar, também podemos aprender a amar. Ouso dizer que nós também podemos reaprender a respeitar. A SDHCJ está de parabéns e o prefeito Evandro Almeida também quando promove ações como esta. Ressalto aqui a lembrança da professora Tânia Nascimento, onde ela dizia há alguns anos atrás, quando era visível apenas o catolicismo e a religião evangélica, “essa terra não é apenas uma terra de padres e frades, mas também de terreiros de candomblé”. Hoje, nesta mesa, não temos um discurso dominante, temos representantes de diversas religiões aqui presentes e essas pessoas precisam ser respeitadas. A proposta deste evento é nos fazer conhecer essas religiões”, ressaltou Anailton dos Anjos.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi oficializado em 21 de janeiro através da lei nº 11.635/07. A data rememora o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do Terreiro Axé Abassá de Ogum (BA). A sacerdotisa foi vítima de intolerância, por ser praticante de religião de matriz africana, e acusada de charlatanismo. Mãe Gilda sofreu um infarto após ter sua casa atacada e ver pessoas de sua comunidade serem agredidas.

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