Experiência em Saúde Mental do município foi apresentada no 4° Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental

O município de São Francisco do Conde esteve representado durante as ações do 4° Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental. O Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, Enoque Valentim Filho, esteve representado pela assistente social, Veralice Cardoso Campos, que atua em São Francisco do Conde, na área da saúde mental, há mais de 20 anos. Ela participou de uma roda de conversa visando a troca de experiências. O evento aconteceu entre os dias 20 e 22 de junho, na Universidade Federal da Bahia – UFBA.

O 4º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental tem como objetivo refletir acerca das repercussões do racismo, da violência de gênero e dos conflitos de classe que estão na gênese do sofrimento social e psíquico de pessoas e coletivos. Buscando também refletir sobre a garantia de direitos e o exercício da cidadania, com destaque para estratégias de inclusão produtiva pelo trabalho e pela economia solidária, bem como os processos de valorização e reconhecimento social das pessoas com experiências de sofrimento mental. A proposta desse Fórum é discutir essas problemáticas e compartilhar as diferentes formas de enfrentamento a cada uma dessas questões através dos diferentes espaços de debate distribuídos nos 12 eixos temáticos.

Em sua 4ª versão, o Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental se consolida como o mais amplo espaço nacional para análise e troca de experiências na interface entre os Direitos Humanos e a Saúde Mental, agregando pessoas e instituições de todas as regiões do Brasil. 

Veralice Cardoso, do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, participou do evento como uma das palestrantes de uma roda de conversa sobre o tema: ‘A Importância da Prevenção em Saúde Mental’. “Durante o Fórum falei da minha prática profissional nesses 24 anos de experiência na saúde mental no município de São Francisco do Conde”, ressaltou.

A História da Saúde Mental no município: em São Francisco do Conde, as ações de Saúde Mental tiveram início em 1995, com a criação de um ambulatório de psiquiatria, na então Unidade Mista de Saúde Célia Almeida Lima, hoje, o Hospital Docente Assistencial Célia Almeida Lima.

A assistência em saúde mental foi iniciada pelos médicos Joaquim Neto e Márcia Regina, que na época eram residentes em psiquiatria, no Hospital Juliano Moreira, referência nesse tipo de atendimento no estado. Também foram agregadas a equipe, a assistente social Veralice Cardoso Campos e o pessoal administrativo: Lúcia Regina Araújo e Ana Maria Ferreira, que ajudaram a compor o time.

A partir de 1997, a grande demanda de pacientes da cidade e dos municípios do entorno, como: Candeias, Madre de Deus e Santo Amaro que, na época não contavam com um serviço voltado à Saúde Mental, fez surgir a necessidade de inserir entre as ações desenvolvidas o Programa de Saúde Mental. Já em 2001, o Governo Federal aprovou a Lei 10.216/2001, que dispõe sobre os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redirecionar o modelo de assistência.

O CAPS é um serviço ambulatorial de atenção diária que executa as atribuições de supervisão e de regulação da rede de serviços de saúde mental. Ele serve para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas portadoras de problemas psicossociais. O CAPS apoia usuários e famílias na busca de independência e responsabilidade para com seu tratamento.

Engajados pela nova Lei, a equipe do então Programa de Saúde Mental elaborou o Plano Municipal para implantação do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS I, aprovado pela Secretaria da Saúde do Estado – SESAB, e, em 28 de dezembro de 2010, foi inaugurado pela então prefeita Rilza Valentim (in memoriam), o CAPS Enock Valentim Filho (o nome do espaço foi uma homenagem ao irmão de Rilza, que sofria com transtornos psicossociais).

Desde então, as pessoas acometidas com transtornos mentais passaram a ser atendidas pelo CAPS, com prioridade aos usuários portadores de transtornos mentais severos e persistentes e também na modalidade ambulatorial. Com esse novo serviço, voltado ao tratamento contínuo e não apenas a internação hospitalar, foi possível incluir  também usuários de álcool e outras drogas.

A sede do CAPS funciona na Rua Rodolfo Tourinho, próximo a 10ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar). No entanto, em 25 de outubro de 2017, a Prefeitura de São Francisco do Conde, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SESAU), assinou um convênio com o PROSUS (Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades sem Fins Lucrativos que Atuam na Área da Saúde e que Participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde), para a construção de uma Academia de Saúde e do prédio próprio do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) no município. A previsão de entrega é para 2019 e a obra está em fase de conclusão no bairro do Gurugé.

Na ocasião da assinatura, a secretária da Saúde do município, Eleuzina Falcão, destacou: “Com a assinatura desse termo de convênio estamos trazendo para o município equipamentos da maior importância, considerando as principais causas de morte dentro do território, que são as doenças do aparelho circulatório. A questão da hipertensão e do diabetes é um problema de saúde pública que a gente precisa enfrentar com promoção e com prevenção, através da Academia da Saúde, vamos dar um salto de qualidade nesta área, bem como na questão do atendimento psicossocial dentro do território que merece a devida atenção. Esses equipamentos vêm compor a rede num momento importante”.

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