Comunidade escolar do CECBA unida pela aprendizagem de seus estudantes

Desde o início do isolamento social em São Francisco do Conde, o Centro Educacional Claudionor Batista – CECBA vem desenvolvendo e orientando atividades online para seus alunos. Com o fechamento das escolas da Rede Municipal de Ensino durante 30 dias, decorrente do Decreto Municipal n° 2555/2020, a comunidade escolar decidiu dar continuidade aos trabalhos pedagógicos, utilizando os recursos tecnológicos como grandes aliados. 

 “O trabalho iniciou-se de forma voluntária e vem sendo aperfeiçoado a cada dia”, disse a diretora do CECBA Tatiana Nova.  A rotina de trabalho dos professores do CECBA durante a quarentena se mantém em constante colaboração com a direção, coordenação e o departamento psicopedagógico, ”visando a criação de situações de aprendizagem significativas”.  

Conforme explicou José Ewerton Feitosa Cruz, coordenador pedagógico do CECBA, “assim que o isolamento social foi iniciado houve uma mobilização dentro do nosso grupo institucional a fim de mantermos os nossos alunos estudando em casa, a partir de então, começamos a nos reunir semanalmente por videoconferência para decidir como faríamos”.

Ficou definido que o contato entre alunos e professores se daria através das redes sociais, principalmente pelo Whatsapp. Um cronograma semanal de atividades foi criado, utilizando-se de objetos de aprendizagem disponíveis no ciberespaço, tais como videoaulas elaboradas pelos docentes da escola, vídeos preexistentes, acesso a sites, imagens, jogos, aplicativos, teste automáticos, áudios, textos e etc.

”Em seguida, todo o material passou a ser organizado em um Banco de Atividades Online, onde os pais e os alunos podem ter acesso, de forma simples, a tudo o que já foi aplicado e em qualquer momento”, informou o coordenador pedagógico.  Atualmente, o Google Sala de Aula está sendo utilizado como ambiente virtual de aprendizagem. A experiência foi iniciada com os alunos do 9° ano e se estenderá pelas demais séries.

”Está sendo um processo que visa sanar os prejuízos que nossos alunos terão com esse ano letivo, mas tem sido um momento de capacitar e aprender as novas tecnologias como ferramenta educacional”, disse o professor de Artes Manoel Lôrdelo.

Para fortalecer a experiência do ensino de forma remota, a equipe docente tem passado por processos formativos sobre a utilização de novas  tecnologias na aprendizagem.  “Tudo isso é um desafio ímpar para toda a comunidade escolar. Ao mesmo tempo, tem sido uma rica oportunidade de crescimento e aprendizado para todos”, salientou a gestora Tatiana.

”Estamos, de modo remoto, articulando o planejamento, estudando estratégias, dirigindo reuniões, fornecendo suporte aos professores, organizando a publicação de atividades, buscando materiais de apoio, atendendo pais e alunos online, revisando atividades, investindo em momentos formativos e etc”, resumiu o coordenador pedagógico José Ewerton. “Para mim, tem sido desafiador e prazeroso desenvolver essa nova rotina, muitas vezes mais intensa do que seria presencialmente”.  

Conforme destacou a diretora da escola quilombola, que fica localizada no Monte Recôncavo, “o CECBA possui um compromisso social com todos os alunos, procuramos, portanto, investir em estratégias para alcançar os estudantes que não possuem acesso à internet”,

Módulos com atividades para cada série foram confeccionados pela equipe da unidade escolar, decorrente de proposições dos Diálogos Virtuais. A impressão do material será feita com o apoio da Prefeitura de São Francisco do Conde, através da Secretaria de Educação -SEDUC.

Para Adriana Resende, professora de LIBRAS do CECBA, ”cada dia é um aprendizado para nós, que também estamos vivendo esse momento tão atípico como a pandemia. Do whatsapp já avançamos ao incluir o Google Sala de Aula, YouTube e os módulos impressos. E a resposta dos alunos tem sido MARAVILHOSA. Eles ficam me pedindo mais atividades, mais aulas. O relacionamento com a família do aluno ficou mais próximo e isso muito contribui para o crescimento dessa relação família & escola. Dentro da realidade do nosso dia a dia estou muito feliz com a nossa experiência”.

O aluno Lázaro do 6º D confessou que ”no começo eu tive um pouquinho de dificuldade, mas as atividades estão sendo bem explicadas e eu estou aprendendo e gostando”. Caíque, também do 6º D, aproveitou para ”parabenizar a professora Leila, que está nos ajudando nessa quarentena sem aula” .

Já Ítalo, do 6º B, disse que queria estar na escola, mas como não podia, devido à pandemia do COVID-19, estava se adaptando. ”Mas eu gosto muito das atividades que a professora manda. Algumas são difíceis, mas ela explica muito bem”.

Na visão do coordenador José Ewerton, ”de modo geral, observamos que a aprendizagem continua acontecendo, essa sempre foi nossa maior preocupação. Bem como tem sido satisfatório perceber que tantas outras aprendizagens, não planejadas, também têm ocorrido, tanto para o corpo discente, quanto para o corpo docente e gestão”.


A estudante Ana Queila, do 7º B declarou que “está sendo ótimo! Estou aprendendo com meus familiares”. Ela agradeceu aos professores ”por estarem enviando as atividades e se preocupado com a gente. Eu tenho muito aprendido e quando chegar na escola estarei melhor do que antes”.

Segundo Iuri Alves de Góis,  professor de Língua Portuguesa do CECBA,   ”a experiência de aulas e atividades online tem sido bastante exitosa, uma vez que o retorno dos alunos tem sido satisfatório. A maioria tem feito e entregue as atividades e assistido aos vídeos nos quais se explicam os conteúdos. Eu particularmente gravo aulas expositivas e posto no YouTube e depois aplico atividade em PDF para os alunos fazerem, me enviarem e eu corrigir e lhes devolver, através do WhatsApp”.

”Isso não é o ideal, sobretudo em se tratando dos seguimentos nos quais atuo, sextos e sétimos anos, mas a força das circunstâncias nos impeliu para isso e temos tentado fazer o nosso melhor. Tenho notado, a cada semana, a partir dos relatos e observações de experiência, e as devidas sugestões a esse respeito, que temos nos aprimorado. Mas não vemos a hora de voltar à sala de aula física, quando a pandemia for sanada, obviamente, já que nada substitui à altura o corpo-a-corpo da sala de aula, sobretudo em se tratando de crianças” , reforçou.

Dando um show de criatividade, o estudante Pedro Henrique dos Santos criou um pandeiro de papelão com tampa de garrafa, usando ainda durex e arame, sob as recomendações do professor de musica Raul Pitanga. O aluno artista também compôs um repente, que toca no seu artesanal instrumento: Nesse tempo de quarentena / não podemos sair de casa / A recomendação é para todo mundo ficar em casa / Se precisar sair tem que tomar muito cuidado/ com máscara no rosto e álcool em gel para todo lado / Os idosos são mais afetados / A preocupação é maior / Tem que tomar muito cuidado para não serem infectados.

Tenho feito aulas remotas por videoconferência e pedi, em uma das atividades, para eles construírem um instrumento musical. Nisso, fui surpreendido pela engenhosidade de Pedro Henrique”, informou o professor de música Raul Pitanga, que tem utilizado o canal do YouTube como uma de suas principais ferramentas, onde disponibiliza material de apoio para os alunos. ”Uma vez por semana, faço as correções e tiro as dúvidas por videoconferência através do WhatsApp”.  Faço um agendamento de horário para cada grupo de 3 alunos.


A mãe do aluno Wesley, Ana Paula dos Santos, disse que as atividades estão ajudando muito nessa quarentena. ”Quando eles voltarem para a escola, estarão mais atentos e ligados nas atividades, mais focados para quando forem fazer uma prova, pois estarão em dia com o assunto e o conteúdo”. Ela fez questão de agradecer ”todos os professores por esse carinho com os alunos. Só tenho a agradecer!”.

Efraim Guedes, pai de Aleff do 6º B, disse que ”em meio a essa pandemia que estamos passando, sou grato a vocês, da educação pública, por passarem as atividades online. Apesar dos alunos sentirem muita falta física do professor, peço aos profissionais da educação que continuem fazendo esse trabalho, por favor, porque está em jogo o futuro de nossas crianças”.

Monique, que é responsável pela aluna Camila Vitória, do 7º b, disse que a aluna tem tido um bom desempenho, apesar das dificuldades iniciais para se acostumar ao novo formato de ensino e aprendizagem. ”Mas graças a Deus ela começou a entender e ter um desempenho melhor. A dificuldade maior era, principalmente, em matemática,  mas com as explicações ela começou a entender e fazer as atividades dela sozinha. Quando ela tem alguma dúvida,  ela pergunta”.

Em meios aos desafios colocados pelo contexto atual da sociedade, que se vê obrigada a modificar seu cotidiano em decorrência dos cuidados com a saúde pública, os profissionais da Educação de São Francisco do Conde observam o lado positivo da situação.  ”Constatei que dessa terrível circunstância tiramos um bem: o estreitamento dos laços entre a família e o aluno no cumprimento das tarefas escolares desses. Quando as aulas físicas retornarem, sou da opinião de que uma porção de coisas que desenvolvemos à distância, como a postagem de aulas e o envio de atividades online, podem se manter”, observou o professor Iuri.

”Tenho muito orgulho da nossa equipe de profissionais, os quais, voluntariamente, têm se esforçado ao máximo para darem o melhor de si, cada um na sua área de atuação. E dos nossos alunos, que mesmo distantes, têm se preocupado em manter uma rotina de estudos”, finalizou o coordenador pedagógico do CECBA, José Ewerton.

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