Líderes religiosos dialogaram em Audiência Pública

A Prefeitura de São Francisco do Conde, através da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude – SDHCJ realizou na manhã da última sexta-feira, 20 de janeiro, no Plenário da Câmara de Vereadores, uma Audiência Pública em celebração ao Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, data instituída por meio da Lei Federal nº 11.635/07 e oficializada no dia 21 de Janeiro. O evento contou com a participação da comunidade dos terreiros de São Francisco do Conde e outros municípios do território, além de autoridades políticas, acadêmicas e religiosas. Vale ressaltar que a data de 21 de janeiro rememora o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, vítima de intolerância por ser praticante de religião de matriz africana.

Em seu pronunciamento, o prefeito de São Francisco do Conde, Evandro Almeida, saudou todos os representantes das religiões presentes no evento e ressaltou a importância de iniciar o ano com essa importante Audiência Pública contra a intolerância religiosa: “estou aqui para fazer um trabalho voltado para promover a paz, a união e o progresso para a nossa cidade”.

O secretário municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude, Alexsandro Buri Caldas, saudou a mesa de abertura do evento e também ressaltou que essa Audiência Pública trata-se do primeiro evento oficial da secretaria e que discute junto à comunidade um tema muito importante, a intolerância religiosa. “É preciso ter respeito a qualquer tipo de crença ou filosofia”. Ele também enfatizou o empenho e coragem da gestão em criar a Secretaria de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude no momento em que no cenário nacional se evidencia a limitação dos direitos: “a juventude é um vetor de transformação na perspectiva da garantia de direitos. São agentes transformadores”.

O representante da Casa de Oração Irmão Francisco de Assis, Lauro Simplício Alves, também enfatizou a importância da Audiência Pública para demonstrar que é possível viver em harmonia e com respeito independente da religião. “A intolerância religiosa muitas vezes é impulsionada pela falta de conhecimento”. Enquanto isso, o representante do Terreiro Ilê Odé Axé Obá Omim, Everaldo Cardoso Bispo, salientou a oportunidade de refletir sobre a intolerância religiosa no contexto mundial, nacional e principalmente no contexto local. Já o representante do Conselho de Ministros Evangélicos de São Francisco do Conde, Pr. Gláucio Belo, destacou a participação cordial e respeitosa da população franciscana na Audiência. O representante da igreja católica, o Sr. Márcio Junqueira, chamou atenção para os atos de intolerância que vêm acontecendo no Brasil, “não importa se seu Deus é Jeová, se seu Deus é Zambi, se seu Deus é Deus, seja qual for o nome, o que importa é que nós somos pessoas e toda religião é boa”.

O representante da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Ailton Ferreira dos Santos, ressaltou a importância da execução da lei 10.639 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.

Para palestrar sobre a intolerância religiosa foi convidado o psicólogo e historiador João dos Reis Vieira Lopes Filho, que discorreu sobre o processo que levou a cultura da intolerância em variadas formas, sejam elas disfarçadas ou explícitas. Ele também ressaltou o preconceito voltado para as religiões indígenas e de Matriz Africana desde a ocupação do Brasil pelos Portugueses e introdução do escravismo. Após a palestraabriu-se espaço para perguntas, onde a população teve a oportunidade de esclarecer dúvidas e propor projetos voltados para assegurar o direito de liberdade de expressão.

Compuseram a mesa de abertura do evento, o prefeito de São Francisco do Conde, Evandro Almeida, o representante da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Ailton Ferreira dos Santos, o presidente da Câmara de Vereadores, Venilson Souza Chaves, o secretário municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude, Alexsandro Buri Caldas, o representante do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia, Lindinalva de Paula, o ouvidor do município de São Francisco do Conde, Alberto Jorge Matos, o representante do Centro de Referência e Intolerância Religiosa, Valmir França, o representante nacional do PP Afro, Josenildo Cerqueira Soares, a liderança do Terreiro Angurusena Dya Nzambi, Valdelice Aurea Medeiros, conhecida como Mãe Áurea, o representante do Terreiro Ilê Odé Axé Obá Omim, Everaldo Cardoso Bispo, o representante do Conselho de Ministros Evangélicos de São Francisco do Conde, Pr. Gláucio Belo, o representante da Casa de Oração Irmão Francisco de Assis, Lauro Simplício Alves, o representante da Tenda de Umbanda Ogum de Ronda, Ednilton Silva Santos, a Conselheira do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (ITECAB) e delegada, Patrícia Pinheiro, o representante do Partido Popular de Liberdade de Expressão, Jorge Eumaviliê, o representante da Igreja Católica, Marcio Junqueira e o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), João Carlos de Oliveira.

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