Pesquisa inédita na educação brasileira é realizada com estudantes de São Francisco do Conde

Um grupo formado por 120 estudantes, com faixa etária entre 04 e 06 anos de idade, das escolas Arlete Magalhães, Monteiro Lobato e Frei Eliseu Eismann, está participando de uma pesquisa inédita no Brasil. Intitulado “Peculiaridades da Aquisição da Escrita na Língua Portuguesa”, o trabalho é orientado pela Prof.ª Dr.ª Emilia Ferreiro, precursora nas pesquisas sobre a relação que as crianças estabelecem com os sistemas de escrita.

A pesquisa pioneira, realizada através de articulação com a Secretaria Municipal da Educação (SEDUC) de São Francisco do Conde, é coordenada pela Prof.ª Dr.ª Giovana Cristina Zen, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Segundo a professora Giovana, “a proposta da pesquisa de campo consiste na realização de entrevistas individuais, com duração de 20 minutos cada, nas quais as crianças serão convidadas a escrever uma lista com oito palavras. A primeira entrevista precisa ser realizada ainda em abril deste ano e a segunda, em outubro, também em 2019”.

As entrevistas com os alunos da Rede Municipal de Ensino serão conduzidas por professoras que participam do grupo de pesquisa Ateliê de Pesquisa Didática, vinculado à FACED/UFBA.  Sobre a metodologia, Giovana explicou que “ela não se configura como uma situação avaliativa, do tipo prova, para julgar o que a criança sabe. A pesquisa busca apenas compreender como pensam as crianças brasileiras quando estão diante do desafio de aprender a ler e a escrever, para que se possa ajudar ainda mais os que ainda não conseguiram se alfabetizar”.

A investigação acadêmica conta com a luxuosa orientação da Prof.ª Dr.ª Emilia Ferreiro, integrante do Departamento de Investigações Educativas do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional do México (CINVESTAV/México). “A pesquisa em questão possui o desafio de identificar as particularidades do processo de construção da escrita na Língua Portuguesa, a partir dos marcos epistêmicos propostos por Ferreiro. Para a autora, a escrita é um objeto conceitual construído socialmente, sobre o qual as crianças pensam, desenvolvem ideias e refletem. Essa investigação justifica-se pela inquestionável influência que os estudos de Ferreiro possuem na discussão em torno da alfabetização no contexto brasileiro”, informou a coordenadora do projeto.

Trocando em miúdos, a Prof.ª Dr.ª Giovana Cristina Zen explicou que a principal meta do estudo é compreender de que modo as crianças brasileiras – representadas pelos estudantes franciscanos – pensam quando estão diante do desafio de aprender a ler e a escrever. De posse dos dados recolhidos, será possível auxiliar, ainda mais, aqueles que ainda não conseguiram se alfabetizar. “Os resultados contribuirão para compreender o que pensam as crianças brasileiras sobre a escrita, quando estão em processo de alfabetização, e com isto ampliar o debate em torno dos desafios para aprender a ler e a escrever no Brasil”.

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