SEMANA DO MEIO AMBIENTE: Recuperação e Restauração dos Ecossistemas é um desafio para os próximos anos

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou os anos de 2021 a 2030 como a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas. A Década da ONU foi projetada para prevenir, deter e reverter a degradação dos ecossistemas em todo o mundo. Este apelo global à ação foi lançado em 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

Em um cenário de crise ambiental, a Década da ONU da Restauração de Ecossistemas é uma chance para revitalizar o mundo natural que sustenta a todos nós. Uma década pode soar como muito tempo. Mas os cientistas dizem que estes próximos 10 anos serão os que mais contarão na luta para evitar a mudança climática e a perda de milhões de espécies.

Nesse contexto, São Francisco do Conde vem investindo em ações de preservação e restauração de manguezais e já promoveu ações nos bairros de Campinas e na Baixa Fria, em 2019. Para 2021, estão previstas ações de restauração dos manguezais do Caípe de Baixo e a restauração da Mata Atlântica em todo município.

A restauração de ecossistemas tem o potencial de recuperar áreas que foram degradadas ou destruídas por ação humana direta ou indireta, garantindo assim saúde, integridade e sustentabilidade. Todos os tipos de ecossistemas podem ser restaurados, incluindo florestas, terras agrícolas, cidades, áreas úmidas e oceanos.

As iniciativas de restauração podem ser lançadas por qualquer pessoa, desde governos e agências de desenvolvimento até empresas, comunidades e indivíduos. A restauração e outras soluções naturais podem fornecer um terço da mitigação necessária até 2030 para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus e, ao mesmo tempo, ajudar as sociedades e economias a se adaptarem às mudanças climáticas.

Restaurar 15% das terras convertidas nos lugares certos pode evitar 60% das extinções de espécies projetadas. A restauração de ecossistemas contribui para a realização de todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até a data-alvo de 2030, incluindo a eliminação da pobreza e da fome.


O VALOR DOS ECOSSISTEMAS

Metade do PIB mundial depende da natureza e cada dólar investido em restauração gera até 30 dólares em benefícios econômicos. As florestas fornecem água potável para um terço das maiores cidades do mundo; elas também suportam 80%, 75% e 68% de todas as espécies de anfíbios, pássaros e mamíferos, respectivamente.

Pelo menos 2 bilhões de pessoas dependem do setor agrícola para sua subsistência, principalmente as populações pobres e rurais. As árvores nas ruas proporcionam uma redução de cerca de 0,5 a 2,0 ° C nas temperaturas máximas do ar no verão, beneficiando pelo menos 68 milhões de pessoas.

 

IMPACTOS DA DEGRADAÇÃO NO BEM-ESTAR HUMANO

A degradação dos ecossistemas já está afetando o bem-estar de pelo menos 3,2 bilhões de pessoas – 40% da população mundial. Todos os anos, o mundo perde 10 milhões de hectares de florestas – uma área do tamanho da República da Coréia, ou duas vezes o tamanho da Costa Rica. A erosão do solo e outras formas de degradação estão custando ao mundo mais de US$ 6 trilhões por ano em perda de produção de alimentos e outros serviços ecossistêmicos. Cerca de 30% dos ecossistemas naturais de água doce desapareceram desde 1970. Um terço dos estoques globais de peixes está sobre explorado, contra 10% em 1974.

 

RESTAURAÇÃO DOS MANGUEZAIS

Um dos principais ecossistemas que necessitam de cuidado e restauração são os manguezais. Esse importantíssimo ecossistema é chave fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Eles reduzem o carbono disponível na atmosfera, acumulando nas árvores e são os berçários naturais para quase toda vida marinha. Manguezais saudáveis significam também maior abundância de peixes e mariscos, animais fundamentais para a soberania alimentar da população e em muitos casos, principalmente, fonte de renda para pescadores e marisqueiras do município.

 

OPORTUNIDADES E BENEFÍCIOS DA RESTAURAÇÃO

Oportunidades de restauração podem ser encontradas em 2 bilhões de hectares de áreas florestais desmatadas e degradadas em todo o mundo – uma área maior do que a América do Sul. A restauração por meio da agrossilvicultura sozinha tem o potencial de aumentar a segurança alimentar para 1,3 bilhão de pessoas. A restauração dos recifes de coral na Mesoamérica e na Indonésia poderia gerar um adicional de US$ 2,5 a 2,6 bilhões em benefícios de serviços ecossistêmicos por ano. A restauração de florestas e outros ecossistemas de bacias hidrográficas pode economizar US$ 890 milhões por ano em custos de tratamento de água para as concessionárias das maiores cidades do mundo.

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