Setembro Amarelo – mês de prevenção do suicídio: Ação envolveu profissionais da Saúde, Educação e de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude

Em São Francisco do Conde, as secretarias municipais da Saúde – SESAU, através da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT); de Direitos Humanos, Cidadania e Juventude – SDHCJ, com apoio do Centro de Referência em Atendimento à Mulher – CRAM, Maria Felipa de Oliveira; e da Educação- SEDUC, por meio do Educa Chico, estão tratando de forma transversal a temática do suicídio, dentro da agenda da saúde que chama a atenção para o Setembro Amarelo – mês mundial de prevenção do suicídio. O assunto, que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelo preconceito e falta de informação.

Na manhã desta segunda-feira, 10 de setembro, profissionais da gestão municipal de São Francisco do Conde se reuniram no auditório da SESAU para discutir as problemáticas próprias do tema. O principal objetivo foi preparar os profissionais da saúde, da educação, e dos direitos humanos para entender o comportamento suicida. Além de falar sobre a preparação da rede de saúde para receber esses casos e apurar a percepção dos profissionais da educação para o problema e como a prevenção pode ser estimulada nos espaços públicos.

Enquanto profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), nós propomos essa atividade, pois pesquisas comprovam que existem categorias profissionais mais suscetíveis e precisamos estar atentos para que essas pessoas não entrem na estatística do suicídio. Os profissionais da saúde precisam saber identificar no outro e em si mesmo sinais de adoecimento”, explicou Edilma Dia, gerente da VISAT.

A secretária de Saúde do município, Eleuzina Falcão, deu as boas-vindas aos participantes do encontro e falou sobre o tema que ainda é considerado um tabu: “O Ministério da Saúde ainda tem dados incipientes sobre suicídio, mas essa é uma questão extremamente importante. É também importante dizer que esse é um problema que chega aos serviços de saúde, mas perpassam as questões sociais, de direitos humanos, educação, trabalho… O suicídio acomete todas as faixas etárias, sexo e gêneros. Precisamos aprofundar as discussões em torno desse problema. Eu creio que com o ambiente ampliado do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no município, a gente consiga trabalhar questões dentro dessa linha com mais sustentabilidade”.

Após as falas de abertura que também contaram com a superintende Antonia Maria Nogueira e a gerente de Programas e Projetos da Diretoria de Planejamento em Saúde, Layla Kelly Conceição Silva, com a apresentação de alguns dados, aconteceu uma roda de conversa com Anailton dos Anjos (psicanalista organizacional) e Jaqueline Dantas (psicóloga), da Secretaria Municipal da Educação – SEDUC. Eles fizeram uma sensibilização e mostraram a temática sobre diferentes pontos de vista.

“Desespero, desesperança e depressão são alguns dos fatores relacionados ao suicídio. A gente tem alguns preconceitos formados sobre o tema, como aquele que diz que a pessoa que tentou uma vez não fará de novo e é mentira. Às vezes a gente não tem uma escuta diferenciada, mas a pessoa disse várias vezes que ia se matar ou que queria ‘sumir’. Outro dado importante é que existem pessoas que melhoram de forma muito repentina, ou seja, estava deprimida e de repente aparece muito bem, essa pessoas precisa de atenção redobrada”, explicou Jaqueline Dantas.

Por fim, Anailton dos Anjos, propôs uma reflexão da temática sobre o ponto de vista da pessoa que pensa em cometer suicídio. A proposta era se livrar de conceitos pré-estabelecidos e exercitar a empatia como forma de ajudar o outro a sair dessa situação: “precisamos considerar que a gente é parte do ontem e essa memória tem muita história e essa história é composta de pessoas. Não podemos falar de suicídio apenas sobre o nosso olhar, mas precisamos, dentro das nossas habilidades, ousar falar sobre o ponto de vista do outro”.

Todos os participantes foram certificados.

 

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