Técnicos da Secretaria da Educação de São Francisco do Conde participam em peso do V Seminário Sobre Formação de Professores em Exercício – CURRICULO (RE)CRIAÇÃO DE CENÁRIOS EDUCATIVOS

A valorização profissional e a qualificação constante é um dos ingredientes-chave para um ensino público de excelência, característico da gestão Evandro Almeida. Nessa perspectiva, os técnicos da Diretoria Pedagógica – DIREP, da Secretaria da Educação de São Francisco do Conde, apresentaram, no último sábado (09), trabalhos no V Seminário Sobre Formação de Professores em Exercício – CURRICULO (RE)CRIAÇÃO DE CENÁRIOS EDUCATIVOS,na Faculdade da Educação da Bahia, FACED- UFBA.

A produção de conhecimento e a participação em peso no SEMFEP são frutos de uma jornada teórica e prática cuja finalidade é a criação democrática do Referencial Curricular Franciscano. Com a assessoria técnica de um dos maiores pesquisadores deste campo no Brasil, o Prof. Dr. Roberto Sidnei Macedo, a missão tem envolvido toda a Rede Municipal de Ensino.

Para a Diretora Pedagógica da SEDUC, Cristiana Ferreira, “a participação da Seduc/Direp é também a oportunidade de articulação entre a Educação Básica e o mundo acadêmico. É o reconhecimento/validação da singularidade do Referencial Curricular Franciscano para além das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como nossas experiências constitutivas, em atos de currículo, como atores e atrizes curriculantes, numa perspectiva glocal da Educação do município”.

O título e respectivos autores dos trabalhos apresentados são:

  • Os desafios da implementação do currículo afrocentrado nas comunidades quilombolas de São Francisco do Conde. (autores: Elisangela de Jesus, Rubens Celestino e Úrsula De Jesus).
  • Itinerários do Referencial Curricular Franciscano para Educação de Jovens e Adultos. (autores: Márcia Mariño, Jamile Ferreira e Libna Carneiro).
  • Defasagem  na aprendizagem de estudantes na transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais do Ensino Fundamental na área de Ciências Naturais. (autores: Angélica Paixão E Joisilene De Jesus)
  • Itinerâncias de leituras nas escolas franciscanas. (autores: Vanize Souza e Roberto Reis)
  • Diálogos formativos e o currículo da Educação Infantil: Intensificando as práticas sociais de leitura e escrita. (autores: Lilian Santana  e Josélia Domingos)
  • O ensino de LIBRAS no Referencial Curricular Franciscano. (autores: Itaciara de Oliveira e Ana Cristina Pereira)
  • Casos de ensino como dispositivos formativos e investigativos de processo de aprendizagem e docência. (autor: Jeferson Moreira)

De acordo com Márcia Mariño, umas das autoras do trabalho sobre a Educação de Jovens e Adultos, a proposta foi apresentar o percurso e as contribuições do Grupo de Trabalho (GT) para materialização do currículo, com as especificidades requeridas pela  modalidade  EJA.

“Não havendo nenhuma referência na BNCC para o trabalho com a Educação de Jovens e Adultos, certamente esse construto coletivo passará a ser um referencial na região/ Estado. Com contextualização dos saberes e fazeres próprios da EJA com um trabalho pensado em temáticas e sistematizado para outro com a participação de todos, o Currículo Franciscano estará priorizando as vivências e expectativas de aprendizagem pautadas em narrativas dos atores curriculantes da EJA, ampliando os saberes de forma glocal. Concretizando a proposta de uma Educação mais humanizada, o currículo para EJA foi apresentado no SEMFEP como um marco na Educação de São Francisco do Conde”, frisou.

Angélica Santos da Paixão e Joisilene de Jesus dos Santos, respectivamente gerente e subgerente de  Educação Ambiental da SEDUC, sinalizaram que ”a temática escolhida possui relevância acadêmica, cientifica e  social, uma vez que  discutimos  os fatores que influenciam no défict de conhecimentos básicos dos estudantes dos Anos Inicias na transição para os Anos Finais, na área de Ciências Naturais, assim como, as proposições de melhoria apresentadas no Referencial Curricular Franciscano para a área do conhecimento em destaque, vislumbrando construí,  a partir dos Anos Iniciais, as bases de acessos dos nossos estudantes no campo acadêmico, científico, profissional e  social”.

Quanto ao ensino de LIBRAS no Referencial Curricular Franciscano, obra das autoras Itaciara de Oliveira e Ana Cristina Pereira, o principal foco foi o conceito de multirreferencialidade, conforme explicou Itaciara. ”Destacamos que a multirreferencialidade, a pluralidade, a heterogeneidade e a diversidade dos sujeitos devem  fazer parte do nosso currículo. Nessa perspectiva, nós entendemos a diversidade dos sujeitos na forma  como eles se organizam, como eles se apresentam nessa compreensão dialógica”.

Itaciara informou que os conceitos de Macedo foram adotados no artigo, como lastro teórico, assim como reconheceu a importância da Lei Municipal n° 540, de 19 de setembro de 2018, que reconhece a LIBRAS como a primeira língua de pessoas com surdez e como a segunda língua de ouvintes em São Francisco do Conde. ”A LIBRAS entra na parte diversificada do currículo, é pertinente mencionarmos isso, apesar de não termos um modelo de currículo disponível em documentos legais. Percebemos, na pesquisa, que o ensino de LIBRAS como parte do currículo é algo novo. Os autores que nos serviram de base afirmam que essas discussões ainda estão sendo construídas, a partir de diálogos com os teóricos”.

A autora ainda reforçou a importância da pedagogia visual, baseada na configuração de mãos, movimentos, e expressões faciais no ensino da Língua Brasileira de Sinais e como as questões socioculturais reverberam no currículo. ”Além disso, fizemos um  recorte de como começou esse trabalho em São Francisco do Conde, as abordagens educacionais desde a década de 70.  Fui a quarta professora de LIBRAS no município e já  tive o privilégio de ter, na minha sala, 20 alunos ouvintes e 4 surdos matriculados”. Ela também destacou a importância das transversalidades que o organizador curricular apresenta para essa importante tarefa que é a materialização do Currículo Franciscano.

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